Administração Trump demite mais de 4.000 funcionários federais durante shutdown governamental, demissões em massa sem precedentes. Tesouro e Saúde mais afetados. Sindicatos entram com ação judicial.

Demissões em massa durante shutdown do governo americano
Em uma medida sem precedentes durante um shutdown governamental, a administração Trump demitiu mais de 4.000 funcionários federais em várias agências governamentais. As demissões em massa, que começaram em 1º de outubro de 2025, representam uma ruptura dramática com as práticas anteriores de shutdown, onde os funcionários normalmente eram colocados em licença obrigatória sem pagamento, mas não eram demitidos.
Quais ministérios foram mais afetados?
O Departamento do Tesouro teve o maior número de demissões, com 1.446 funcionários dispensados, seguido pelo Departamento de Saúde e Serviços Humanos, onde entre 1.100 e 1.200 trabalhadores perderam seus empregos. Outras agências afetadas incluem Comércio (315 funcionários), Educação (466), Energia (187), Segurança Interna (176) e Habitação e Desenvolvimento Urbano (442). As demissões, oficialmente chamadas de "reductions in force" (RIFs), criaram incerteza generalizada entre os funcionários federais.
Acusações políticas se intensificam
O presidente Trump culpa totalmente os democratas pelo shutdown e pelas demissões subsequentes. "Eles começaram isso," declarou Trump, acrescentando que muitos dos funcionários demitidos "não eram adequados" para seus cargos. O presidente havia ameaçado anteriormente demitir "muitos" funcionários federais, visando especificamente aqueles que descreveu como "orientados para os democratas."
Líderes democratas revidaram, com o líder da minoria no Senado, Chuck Schumer, declarando: "Ninguém está forçando Trump a fazer isso. Isso é caos intencional." O impasse político se aprofundou enquanto ambos os partidos mantêm suas posições sobre o shutdown do governo federal de 2025, que começou quando o Congresso não conseguiu aprovar a legislação orçamentária para o ano fiscal de 2026.
Desafios legais aumentam
Sindicatos de funcionários federais rapidamente tomaram medidas legais contra o governo. A American Federation of Government Employees e a American Federation of State, County and Municipal Employees entraram com uma ação judicial argumentando que as demissões durante um shutdown são ilegais. Representantes sindicais afirmam que "nada na Antideficiency Act ou em qualquer outra lei autoriza RIFs de funcionários em agências ou programas com interrupção de financiamento."
Um juiz federal analisará o caso nesta quarta-feira, com os sindicatos solicitando uma liminar imediata para interromper demissões adicionais. O desafio legal alega que o governo está usando funcionários federais como "peões em negociações do Congresso" e que as demissões violam proteções trabalhistas federais estabelecidas.
Impacto mais amplo nos serviços governamentais
O shutdown afetou aproximadamente 900.000 funcionários federais que foram colocados em licença obrigatória, enquanto outros 700.000 trabalham sem pagamento. Embora serviços essenciais como Medicare, Medicaid e segurança de transporte continuem, muitas agências, incluindo os National Institutes of Health, Centers for Disease Control and Prevention e programas de assistência alimentar, enfrentam interrupções parciais ou completas de atividades.
Museus nacionais, parques e zoológicos fecharam suas portas, afetando milhões de americanos que dependem desses serviços. A natureza sem precedentes da demissão de funcionários durante um shutdown levantou preocupações sobre o impacto de longo prazo nas operações governamentais e na satisfação dos funcionários.
Contexto histórico
Este shutdown marca o 11º na história americana que leva à limitação de serviços governamentais e o terceiro sob o presidente Trump. No entanto, é a primeira vez que demissões em massa ocorrem durante uma interrupção de financiamento. Shutdowns anteriores geralmente envolviam licenças obrigatórias onde os funcionários eram mandados para casa sem pagamento, mas mantinham seus cargos e recebiam salários atrasados assim que o financiamento era restaurado.
A situação atual representa uma escalada significativa nas táticas de shutdown, com o governo alegando que as demissões são necessárias para financiar serviços essenciais, enquanto críticos acusam a Casa Branca de usar o shutdown para promover objetivos políticos e punir opositores políticos.