Protestos 'Bloquear Tudo' paralisam França em meio a crise política

França enfrenta protestos nacionais 'Bloquear Tudo' com bloqueios de estradas, prisões e sabotagem de transporte durante crise política e medidas de austeridade. 80.000 policiais mobilizados.

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Protestos massivos paralisam França durante crise política

A França enfrenta um amplo descontentamento civil após o movimento 'Bloquons Tout' lançar protestos coordenados em todo o país na manhã de quarta-feira. As manifestações, organizadas por um grupo anônimo que pede a paralisação total do país, resultaram em bloqueios de estradas, dezenas de prisões e significativas interrupções no transporte.

Interrupção nacional e ação policial

Quase 80.000 policiais foram mobilizados durante a noite para prevenir os bloqueios planejados, mas os manifestantes conseguiram perturbar o tráfego em várias regiões. Apenas em Paris, mais de 60 pessoas foram presas na manhã de quarta-feira por tentarem bloquear cruzamentos e queimar paletes. A polícia relatou que grupos tentaram fechar vias de acesso ao aeroporto de Orly, embora as forças de segurança tenham conseguido evitar grandes interrupções no hub de transporte.

Um porta-voz da polícia disse ao Le Monde: 'A situação na capital e arredores às 07:45 estava controlável, mas muito imprevisível.' O comentário reflete a atmosfera tensa enquanto as autoridades lutam para conter os protestos em expansão.

Sabotagem de transporte e impacto regional

A empresa ferroviária francesa SNCF relatou sabotagem de cabos em dois locais, o que interrompeu os serviços de trem na rota Bordeaux-Toulouse e várias linhas no departamento de Lot-et-Garonne, no sudoeste da França. A sabotagem representa uma escalada nas táticas, além dos bloqueios de estradas que caracterizaram os protestos iniciais.

As regiões ocidentais da França parecem ser as mais afetadas, com interrupções significativas relatadas em Caen, Nantes, Rennes e Poitiers. Manifestantes, alguns vestindo coletes amarelos que lembram o movimento Gilets Jaunes de 2018-2020 e outros mascarados de preto, ergueram barricadas em locais estratégicos.

Contexto político e pressão econômica

Os protestos ocorrem em meio à crise política mais profunda da França em décadas. O país opera com seu quarto primeiro-ministro em dois anos após François Bayrou renunciar na segunda-feira, quando não conseguiu obter apoio parlamentar para medidas de austeridade destinadas a enfrentar a crescente crise da dívida da França.

Bayrou havia alertado que as finanças do Estado francês estavam se tornando 'insustentáveis' e propôs aumentos de impostos para reduzir a enorme dívida pública. Sua renúncia deixou o presidente Emmanuel Macron lutando para formar um governo estável enquanto enfrenta crises econômicas e sociais simultaneamente.

O movimento 'Bloquear Tudo' pediu a paralisação total de estradas, rotatórias, portos, refinarias de petróleo, shopping centers e estações de trem. Há preocupações de que os manifestantes possam atingir radares e pedágios em rodovias, símbolos do que muitos cidadãos franceses consideram tributação excessiva pelo Estado.

As autoridades francesas prometeram agir com firmeza contra sabotagem e bloqueios ilegais, mas a natureza generalizada dos protestos apresenta desafios significativos para a aplicação da lei em todo o país.

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