UE Acelera Desenvolvimento de Rede de Trens de Alta Velocidade

UE lança plano ambicioso de trens de alta velocidade para reduzir pela metade os tempos de viagem entre grandes cidades até 2040, exigindo investimento de €345+ bilhões. O plano aborda lacunas de infraestrutura e visa tornar o trem competitivo com voos curtos.

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Ambição Europeia para Trens de Alta Velocidade

A Comissão Europeia lançou um plano de ação abrangente para acelerar drasticamente o desenvolvimento de redes de trens de alta velocidade em toda a Europa, com o objetivo de transformar as viagens europeias até 2040. A iniciativa ambiciosa visa reduzir pela metade os tempos de viagem entre as principais cidades e tornar as viagens de trem uma alternativa mais atraente para voos curtos.

Tempos de Viagem Mais Curtos em Toda a Europa

O comissário de Transportes Apostolos Tzitzikostas anunciou o plano no início de novembro de 2025, afirmando: 'Os trens de alta velocidade não são apenas sobre tempos de viagem mais curtos – são sobre unir os europeus, fortalecer nossa economia e liderar a corrida global por transporte sustentável.' O plano foca em reduções significativas de tempos de viagem, incluindo Berlim para Copenhague de 7 horas para apenas 4 horas, Sofia para Atenas de 13 horas e 40 minutos para 6 horas, e Viena para Berlim de 8 horas e 10 minutos para 4 horas e 30 minutos.

A visão da Comissão vai além dos atuais estados-membros da UE, com planos que conectam capitais de Lisboa a Tallinn. O vice-presidente Raffaele Fitto enfatizou: 'Melhorar os tempos de viagem entre capitais em toda a Europa é um resultado tangível e pragmático da nossa vontade de tornar a Europa mais unida e eficiente.'

Enormes Necessidades de Investimento

A escala dos investimentos necessários é impressionante – estimada em pelo menos €345 bilhões até 2040, chegando a mais de €500 bilhões até 2050. A Comissão planeja coordenar estados-membros, empresas ferroviárias e instituições financeiras para atender a essas enormes necessidades de financiamento. Alberto Mazzola, chefe da Comunidade das Ferrovias Europeias (CER), chamou o plano de 'um primeiro passo importante' para criar 'uma rede transcontinental integrada.'

Abordando Desafios de Infraestrutura

A atual infraestrutura ferroviária de alta velocidade permanece concentrada na Europa Ocidental, com a Espanha possuindo a maior rede com mais de 4.400 km. No entanto, as conexões transfronteiriças permanecem limitadas, especialmente entre França e Espanha, onde o comissário Tzitzikostas está trabalhando 'muito intensamente' para eliminar gargalos fronteiriços.

A eurodeputada belga Kathleen Van Brempt apontou falhas anteriores, observando: 'Comissões anteriores também formularam o objetivo de dobrar o tráfego de trens de alta velocidade até 2030 em comparação com 2015. Mas hoje o tráfego ferroviário mal aumentou 17%. Isso se deve principalmente a más conexões e falta de infraestrutura.'

Papel Crítico e Desafios da Alemanha

A Alemanha, apesar de sua posição geográfica central, apresenta desafios significativos. A nova CEO da Deutsche Bahn, Evelyn Palla, reconheceu as dificuldades e disse: 'Não há um interruptor de qualidade que possamos ligar de repente e tudo ficará bem. Renovar a infraestrutura ferroviária é uma maratona, não um sprint.' Com quase 40% dos trens de longa distância chegando atrasados em 2024 e desempenho piorando em 2025, o plano de renovação de infraestrutura alemã de €100 bilhões enfrenta obstáculos significativos.

Expansão Transfronteiriça e Contratempos

O plano inclui novas conexões emocionantes como a linha de alta velocidade Lisboa-Madrid, esperada para 2034, reduzindo o tempo de viagem para apenas 3 horas. Contratempos recentes, no entanto, mostram os desafios – o serviço noturno Berlim-Paris lançado em dezembro de 2023 foi interrompido após apenas um ano, embora a operadora belgo-holandesa European Sleeper planeje retomá-lo em março de 2026.

Na Europa Central e Oriental, o progresso varia. A Polônia foi identificada como o país com 'o maior potencial para investimentos ferroviários,' segundo o representante da PKP Tomasz Lachowicz. Enquanto isso, o novo governo tcheco abandonou planos para uma linha de alta velocidade para a Polônia devido a limitações de financiamento.

Benefícios Ambientais e Perspectiva Futura

A motivação ambiental é clara – as ferrovias são responsáveis por apenas 0,3% das emissões do setor de transporte em comparação com alternativas mais poluentes. O plano da Comissão inclui harmonizar sistemas de bilhetes em toda a Europa, com uma proposta legal esperada para o início de 2026 para tornar as viagens transfronteiriças perfeitas.

Enquanto a Europa avança para suas metas de 2040, o sucesso desta visão ambiciosa para trens de alta velocidade dependerá do compromisso político contínuo, enormes investimentos em infraestrutura e da superação dos complexos desafios regulatórios e técnicos que impediram iniciativas ferroviárias transfronteiriças anteriores.

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