Cruz Vermelha deixa Cidade de Gaza por segurança deteriorada

Cruz Vermelha suspende operações na Cidade de Gaza devido à violência crescente, seguindo Médicos Sem Fronteiras. Pelo menos 16 mortos em ataques israelenses, crise humanitária se agrava durante negociações de paz de Trump.

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Crise humanitária se agrava após saída da Cruz Vermelha de Gaza

O Comitê Internacional da Cruz Vermelha (CICV) anunciou em 1º de outubro de 2025 que foi forçado a suspender temporariamente as operações na Cidade de Gaza e realocar pessoal devido à escalada das hostilidades militares e deterioração das condições de segurança. Esta decisão representa um golpe severo para os esforços humanitários na região, onde dezenas de milhares de civis enfrentam condições desesperadoras e necessitam urgentemente de assistência.

Violência crescente força retirada humanitária

O CICV, uma organização três vezes laureada com o Prêmio Nobel da Paz fundada em 1863, indicou que continuará as operações a partir de seus escritórios em Deir al-Balah e Rafah, que permanecem totalmente operacionais. 'O CICV continuará se esforçando para apoiar civis na Cidade de Gaza, quando as condições permitirem, a partir de nossos escritórios em Deir al-Balah e Rafah, que permanecem totalmente operacionais,' declarou a organização. A saída ocorre num momento em que as operações militares israelenses na Cidade de Gaza se intensificam, tornando cada vez mais perigoso para trabalhadores humanitários operarem com segurança.

De acordo com o CICV, 'De acordo com o direito humanitário internacional, os civis devem ser protegidos, independentemente de deixarem ou permanecerem na Cidade de Gaza. Israel, como potência ocupante, tem o dever de garantir que suas necessidades básicas sejam atendidas.' A organização enfatizou que milhares de pessoas na cidade palestina ainda necessitam urgentemente de assistência e pediu o fim das hostilidades.

Segunda grande organização de ajuda a se retirar

A Cruz Vermelha não é a primeira grande organização humanitária a suspender operações na Cidade de Gaza. Médicos Sem Fronteiras retirou suas equipes médicas da área na semana passada, citando preocupações de segurança semelhantes. 'Esta é a última coisa que queremos, já que a necessidade de assistência médica na Cidade de Gaza é enorme,' declarou Médicos Sem Fronteiras. 'Os ataques cada vez mais pesados por tropas israelenses representam um risco inaceitável para nossa equipe.' A organização relatou que tropas militares israelenses avançaram para menos de um quilômetro de suas clínicas médicas, tornando impossível a continuação das operações.

Vítimas civis aumentam durante ataques contínuos

No mesmo dia do anúncio da Cruz Vermelha, ataques israelenses em Gaza mataram pelo menos 16 palestinos, segundo fontes locais. Entre os mortos estavam pessoas que buscaram refúgio na escola Al-Falah no bairro Zeitoun da Cidade de Gaza, que supostamente foi atingida duas vezes em rápida sucessão. Funcionários do hospital Al-Ahli relataram que a instalação foi atingida duas vezes, resultando em mortes, incluindo trabalhadores humanitários.

Mais tarde na manhã, mais cinco pessoas morreram num ataque israelense a um tanque de água potável no oeste da Cidade de Gaza. Entre as vítimas estava o jornalista palestino Yahya Barzaq, que trabalhava para a emissora turca TRT. O exército israelense ainda não respondeu sobre sua morte. Estes ataques ocorreram enquanto o mundo aguarda a resposta do Hamas a uma proposta de paz do ex-presidente americano Donald Trump.

Plano de paz de Trump aguarda resposta do Hamas

O presidente Trump, juntamente com o primeiro-ministro israelense Benjamin Netanyahu, anunciou um plano abrangente de 20 pontos para encerrar a guerra em Gaza. A proposta pede um cessar-fogo imediato se ambas as partes concordarem, com todos os reféns a serem libertados dentro de 72 horas em troca da libertação de prisioneiros palestinos. Trump afirmou que o Hamas tem 'três a quatro dias' para responder à proposta e indicou que há pouco espaço para negociação.

Autoridades do Hamas disseram que estudariam o plano 'com mente aberta'. A proposta estabelece Gaza como uma 'zona livre de terror desradicalizada' governada por uma administração palestina tecnocrática temporária, excluindo o Hamas de qualquer papel governamental. Um novo 'Conselho de Paz' supervisionaria a reconstrução de Gaza, presidido pelo próprio Trump.

Crise humanitária se deteriora ainda mais

A saída tanto da Cruz Vermelha quanto dos Médicos Sem Fronteiras da Cidade de Gaza representa um grave revés para os esforços humanitários na região. De acordo com Médicos Sem Fronteiras, não há mais hospitais funcionando totalmente na Cidade de Gaza, a fome foi declarada e mais de 1.580 trabalhadores de saúde morreram desde que o conflito começou após o ataque do Hamas a Israel em 7 de outubro de 2023.

O Comitê Internacional da Cruz Vermelha forneceu suprimentos médicos que salvam vidas para hospitais, apoiou padarias que produzem 45.000 pães diariamente e manteve serviços de água. Sua retirada temporária da Cidade de Gaza deixará milhares de civis vulneráveis sem acesso a esses serviços essenciais.

A situação destaca as condições perigosas enfrentadas por trabalhadores humanitários e civis em zonas de conflito, com organizações internacionais pedindo proteção imediata de civis sob o direito humanitário internacional e acesso humanitário desimpedido em toda Gaza.

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