Navio humanitário atacado por drone na costa da Tunísia

Navio humanitário atingido perto da costa tunisiana

Um navio de ajuda humanitária com destino a Gaza foi incendiado perto da costa da Tunísia, próximo à capital Tunis. A Global Sumud Flotilla (GSF), organizadora do comboio de ajuda, afirma que a embarcação foi atingida por um ataque de drone, no que parece ser a mais recente escalada das tensões marítimas em torno das tentativas de ajuda a Gaza.

Alegações contraditórias

Imagens da GSF mostram um objeto caindo do céu e atingindo o navio, seguido por uma bola de fogo. "Não sabemos quem realizou o ataque, mas não nos surpreenderia se fosse Israel", declarou Francesca Albanese, relatora especial da ONU para os territórios palestinos ocupados. "Se isso for verdade, é uma violação da soberania tunisiana."

As autoridades tunisianas negam o ataque com drone. O Ministério do Interior afirma que o incêndio a bordo começou internamente, possivelmente devido a um colete salva-vidas com cilindro de gás inflamável. Os seis passageiros e membros da tripulação permaneceram ilesos e conseguiram extinguir o fogo.

Contexto político e participação de Thunberg

A ativista climática Greta Thunberg deveria estar a bordo, mas não estava presente durante o incidente. O navio, parte de um comboio maior proveniente de Barcelona, transportava ajuda humanitária para a população faminta de Gaza, em meio ao que organizações internacionais descrevem como uma grave crise humanitária.

Este é o segundo incidente em pouco tempo. Em maio de 2025, outro navio de ajuda com destino a Gaza pegou fogo perto de Malta em circunstâncias semelhantes, com organizadores também alegando um ataque de drone.

Bloqueio marítimo israelense

Israel mantém um bloqueio marítimo a Gaza devido a preocupações com o contrabando de armas. Em junho de 2025, Israel interceptou um comboio anterior da mesma organização e deteve ativistas, incluindo Thunberg e a eurodeputada francesa Rima Hassan. Israel classificou essa tentativa como um "golpe de propaganda".

O incidente ocorre após o aumento das restrições israelenses à ajuda humanitária para Gaza desde outubro de 2023, com organizações de ajuda alertando para risco de fome. De acordo com registros históricos, tentativas anteriores de flotilhas desde 2010 foram consistentemente interceptadas pelas forças israelenses.