
O ministro da Defesa alemão, Boris Pistorius, acredita que o ex-presidente dos EUA, Donald Trump, superestima sua influência sobre o presidente russo, Vladimir Putin. Trump e Putin conversaram por duas horas na segunda-feira sobre um cessar-fogo na guerra na Ucrânia, mas não chegaram a nenhum acordo concreto, assim como em tentativas anteriores de Trump de influenciar a posição russa.
Pistorius destacou que a situação já havia se deteriorado em fevereiro, quando os EUA descartaram a adesão da Ucrânia à OTAN e reconheceram parcialmente as reivindicações territoriais da Rússia. "Isso não se faz antes mesmo de começar as negociações. Isso coloca você em uma posição fraca em discussões de paz ou tréguas", disse Pistorius em entrevista à Deutschlandfunk.
Trump classificou a conversa como "muito boa" e afirmou que Rússia e Ucrânia iniciariam negociações diretas, mediadas pelo Vaticano. Putin, no entanto, foi vago e mencionou apenas um "quadro" para futuras conversas. Um cessar-fogo, como desejado pela Ucrânia e pela UE, permanece improvável.
Pistorius expressou sua decepção: "Minhas expectativas já eram baixas, e mesmo assim não foram atendidas. Nada acontece além de adiamentos. Putin continua seus ataques à Ucrânia. Se ele quisesse paz, poderia alcançá-la imediatamente."
Pistorius não acredita que Trump quis prejudicar a Europa intencionalmente, mas que subestimou sua própria posição. Ele enfatizou que as negociações só avançarão com maior pressão sobre Putin, por meio de apoio financeiro e militar à Ucrânia e novas sanções à Rússia.