Assembleia da ONU Debate Proibição Global de Armas Autônomas

A ONU debate uma proibição global de sistemas de armas autônomas. Enquanto mais de 30 países pedem restrições, potências militares resistem. Consultas importantes começam em 12 de maio de 2025, com preocupações sobre responsabilidade e ética na guerra.
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Conflito sobre Armas Autônomas Intensifica-se

A Assembleia Geral das Nações Unidas iniciou debates acalorados sobre uma proibição global de sistemas de armas autônomas letais, frequentemente chamados de "robôs assassinos". Representantes de mais de 90 países defendem restrições rigorosas a sistemas militares controlados por IA que podem selecionar e neutralizar alvos sem controle humano. Isso ocorre enquanto consultas informais da ONU estão agendadas para 12-13 de maio de 2025 em Nova York.

O Que São Armas Autônomas?

De acordo com pesquisas do SIPRI, armas autônomas são sistemas que, "uma vez ativados, podem buscar e neutralizar alvos de forma independente com base em limites programados". Exemplos atuais incluem enxames de drones, submarinos de ataque autônomos e sistemas de defesa antimísseis movidos por IA, como o Iron Dome de Israel. Ao contrário de drones controlados remotamente, essas armas tomam decisões letais sem supervisão humana.

Divergências Internacionais Profundas

Mais de 30 países, incluindo Áustria, Brasil e Nova Zelândia, exigem uma proibição preventiva, argumentando que armas de IA ultrapassam limites morais. "Máquinas não devem tomar decisões de vida ou morte", declarou o representante argentino durante pré-negociações.

Potências militares como EUA, Rússia e China resistem a restrições vinculantes. Funcionários do Pentágono afirmam que o direito humanitário internacional existente já regula adequadamente as novas tecnologias. Documentos americanos alegam que sistemas autônomos "podem reduzir mortes de civis por meio de ataques de precisão".

Perigos Éticos

Organizações de direitos humanos destacam incidentes alarmantes, incluindo relatos de que Israel usou sistemas de IA como "Lavender" para identificar alvos em Gaza com verificação humana mínima. Preocupações importantes incluem:

  • Falta de responsabilização por mortes ilegais causadas por sistemas autônomos
  • Risco de vieses algorítmicos e ataques não direcionados
  • Perigo de rápida escalada em zonas de conflito

Três Vias de Diplomacia

As discussões ocorrem por canais paralelos:

  1. Convenção da ONU sobre Certas Armas Convencionais, onde requisitos de consenso causam estagnação desde 2014
  2. Cúpulas REAIM, iniciadas por Holanda e Coreia do Sul sobre IA militar responsável
  3. Consultas da Assembleia Geral da ONU em maio de 2025, que podem quebrar o impasse

Como observa o Dr. Vincent Boulanin do SIPRI: "A questão central permanece - devemos permitir que máquinas tomem decisões letais? A resposta definirá a guerra no século XXI."

Benjamin Rossi
Benjamin Rossi

Benjamin Rossi é um analista italiano especializado em tendências políticas europeias. Seu acompanhamento perspicaz das mudanças continentais oferece perspectivas únicas sobre governança e sociedade.

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