O presidente russo Vladimir Putin participará virtualmente da cúpula do BRICS no Brasil devido a um mandado de prisão do TPI que obriga o país a detê-lo caso ele entre no território. O ministro Lavrov comparecerá pessoalmente, marcando a segunda cúpula consecutiva que Putin evita devido ao mandado.

O presidente russo Vladimir Putin não participará pessoalmente da próxima cúpula do BRICS no Brasil devido a um mandado de prisão pendente do Tribunal Penal Internacional (TPI). Funcionários do Kremlin confirmaram que Putin participará por videoconferência, enquanto o ministro das Relações Exteriores, Sergei Lavrov, representará a Rússia pessoalmente durante o encontro em outubro.
Obrigações legais impedem presença física
O TPI emitiu um mandado de prisão contra Putin em março de 2023 por crimes de guerra relacionados à deportação ilegal de crianças ucranianas para a Rússia. Como o Brasil é signatário do Estatuto de Roma, que estabelece o TPI, seria legalmente obrigado a deter Putin caso ele entrasse no país. O porta-voz do Kremlin, Dmitri Peskov, declarou: "O Brasil não pôde garantir imediatamente a participação do presidente Putin, o que levou a esta decisão prática."
Precedente histórico de ausência em cúpulas
Esta é a segunda cúpula consecutiva do BRICS que Putin não comparece devido ao mandado do TPI. Em 2023, ele evitou a cúpula na África do Sul por motivos jurídicos semelhantes. No entanto, Putin participou da cúpula de 2024 na Mongólia, apesar da adesão do país ao TPI. As autoridades mongóis o receberam com todas as honras de Estado, citando a dependência energética da Rússia. O TPI posteriormente encaminhou a não conformidade da Mongólia para a Assembleia dos Estados Partes para possíveis sanções.
Entendendo a aliança do BRICS
O BRICS representa uma coalizão de grandes economias emergentes, originalmente composta por Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul. A organização expandiu em 2024 com a adesão do Egito, Etiópia, Irã, Arábia Saudita e Emirados Árabes Unidos. Focado em aumentar a influência do Sul Global, o BRICS busca sistemas financeiros alternativos e desafiar a dominação econômica ocidental. A próxima cúpula discutirá iniciativas de desdolarização e financiamento multilateral para o desenvolvimento.