Polícia de Londres investiga príncipe Andrew por suposto pedido em 2011 a guarda-costas por informações comprometedoras sobre Virginia Giuffre, após renúncia voluntária de títulos reais.

Polícia de Londres investiga campanha de difamação contra a realeza
A Polícia Metropolitana de Londres abriu uma investigação sobre alegações de que o príncipe Andrew teria pedido a um de seus guarda-costas policiais em 2011 para buscar informações comprometedoras sobre Virginia Giuffre. De acordo com The Mail on Sunday, o duque de York teria fornecido informações pessoais de Giuffre, incluindo sua data de nascimento e número de seguro social, a um policial designado para sua equipe de segurança.
Timing levanta questões
O suposto pedido ocorreu apenas um dia antes de um jornal publicar a primeira foto mostrando Andrew com Giuffre, então com 17 anos. 'O timing sugere que esta foi uma tentativa de desacreditar Giuffre antes que suas alegações se tornassem públicas,' disse a comentarista real Rebecca English.
O ministro britânico Ed Miliband chamou as alegações de 'muito perturbadoras' durante uma entrevista à BBC e acrescentou que 'se for verdade, esta não é absolutamente a maneira como os policiais deveriam ser usados.' A Polícia Metropolitana confirmou que está 'investigando ativamente' o relato.
Repercussão real continua
Esta investigação policial segue o anúncio do Palácio de Buckingham em 17 de outubro de que Andrew renunciaria voluntariamente a seus títulos reais, incluindo duque de York, após conversas com o rei Charles III. Embora Andrew permaneça príncipe por nascimento e oitavo na linha de sucessão ao trono, ele não usará mais seus títulos e honrarias concedidos.
A decisão veio em meio a pressões crescentes sobre a associação de Andrew com o criminoso sexual condenado Jeffrey Epstein e as contínuas repercussões das alegações de Giuffre. Andrew havia resolvido anteriormente em 2022 um processo civil com Giuffre por um valor não divulgado, embora continuasse a negar as acusações contra ele.
Legado e memórias de Giuffre
Virginia Giuffre, que morreu por suicídio em abril de 2025 aos 41 anos, completou antes de sua morte uma memória intitulada 'Nobody's Girl: A Memoir of Surviving Abuse and Fighting for Justice'. O livro, que será publicado em 21 de outubro de 2025, oferece seu primeiro relato completo de suas experiências com Epstein, Maxwell e o príncipe Andrew.
Em trechos prévios obtidos pelo The Times, Giuffre descreve Andrew como 'como se fosse seu direito de nascença' ter relações sexuais com ela. Ela descreve seu primeiro encontro em 2001 na casa londrina de Ghislaine Maxwell quando ela tinha 17 anos e ele 41.
A família de Giuffre pediu uma investigação completa sobre como Andrew obteve suas informações privadas. Seu irmão Sky Roberts disse a repórteres: 'Virginia lutou por justiça toda a sua vida, e continuaremos essa luta para garantir que a verdade sobre como suas informações pessoais foram mal utilizadas venha à tona.'
Precedente histórico
A remoção dos títulos de Andrew representa um momento significativo na história real. A última vez que um membro sênior da realeza foi privado de um ducado foi há mais de 100 anos. O historiador real Hugo Vickers observou: 'Este é um passo muito significativo historicamente. A monarquia está claramente tentando se distanciar dos escândalos contínuos em torno de Andrew.'
Andrew continua morando na Royal Lodge no Windsor Estate, mas não participará mais das reuniões de Natal reais em Sandringham. Sua ex-esposa Sarah Ferguson também perde o título de duquesa de York, embora suas filhas Beatrice e Eugenie mantenham seus títulos de princesas.
A investigação policial sobre o suposto pedido de informações representa o último capítulo em um escândalo que assombra a família real há anos e continua a levantar questões sobre o uso adequado de recursos policiais e a responsabilidade dos membros sêniores da realeza.