Polícia italiana apreendeu 21 supostas falsificações de Salvador Dalí em uma exposição em Parma após denúncia da fundação do artista. Investigação inclui análise forense de tapeçarias, desenhos e gravuras para determinar autenticidade.

Grande investigação de fraude artística mira exposição de Dalí
Autoridades italianas apreenderam 21 obras de arte suspeitas de serem falsificações de Salvador Dalí durante uma operação espetacular no museu Palazzo Tarasconi em Parma. O Comando Carabinieri para a Proteção do Patrimônio Cultural, a unidade policial especializada em arte da Itália, realizou a apreensão em 30 de setembro de 2025, pouco depois que a exposição "Dalí: Entre Arte e Mito" foi aberta ao público.
Denúncia de fundação inicia investigação
A investigação foi iniciada pela Fundación Gala - Salvador Dalí, a fundação oficial que o próprio artista criou em 1983 para proteger seu legado. "A fundação relatou supostas discrepâncias em algumas obras durante a exposição em Roma no início deste ano," explicou o coronel Marco Rossi dos Carabinieri T.P.C. "Quando a mesma coleção mudou para Parma, obtivemos uma ordem judicial para realizar a apreensão."
A coleção apreendida incluía tapeçarias, desenhos e gravuras atribuídas ao famoso surrealista espanhol. A exposição havia sido exibida anteriormente por seis meses em um museu em Roma antes de se mudar para o histórico Palazzo Tarasconi em Parma.
Legado de Dalí e preocupações com falsificações
Salvador Dalí (1904-1989) continua sendo um dos artistas mais celebrados e falsificados do mundo. Suas obras icônicas, particularmente A Persistência da Memória com seus famosos relógios derretidos exibidos no MoMA em Nova York, continuam a alcançar preços astronômicos no mercado de arte. "Dalí está consistentemente entre os três artistas mais falsificados, ao lado de Picasso e Modigliani," observou a especialista em autenticação de arte Dra. Elena Moretti da Universidade de Bolonha. "A alta demanda por seu trabalho e sua produção prolífica em múltiplas mídias o tornam particularmente vulnerável à falsificação."
O Comando Carabinieri para a Proteção do Patrimônio Cultural, fundado em 1969, é a primeira unidade policial especializada do mundo dedicada ao combate ao crime de arte. De acordo com seus dados oficiais, eles recuperam centenas de milhões de euros em obras de arte roubadas e falsificadas anualmente.
Investigação em andamento
A polícia está atualmente realizando análises forenses nas peças apreendidas para determinar sua autenticidade. "Esta é uma investigação complexa envolvendo especialistas internacionais em arte e análise técnica," declarou a promotora Maria Bianchi. "Estamos investigando tudo, desde os materiais utilizados até as técnicas artísticas aplicadas."
O caso destaca as preocupações contínuas sobre autenticidade de arte no mercado global. Conforme relatado pela Associated Press, esta apreensão representa um dos maiores casos supostos de falsificação de Dalí nos últimos anos.
O analista do mercado de arte Giovanni Conti observou: "O momento é significativo - estas obras já estavam em exibição pública, o que significa que compradores em potencial podem ter sido expostos ao que as autoridades agora suspeitam serem falsificações. Este caso serve como um lembrete de que mesmo exposições estabelecidas requerem autenticação rigorosa."
A investigação continua enquanto as autoridades trabalham para rastrear a origem das supostas falsificações e identificar os responsáveis por sua criação e distribuição.