Pena de morte rara na Índia por homem que queimou esposa viva

Sentença histórica em caso de violência na Índia

Um tribunal indiano emitiu uma rara sentença de morte para um homem que, em 2017, queimou sua esposa viva devido à sua pele escura. O caso, que levou oito anos para ser resolvido, chamou atenção nacional para a luta contínua da Índia contra a violência de gênero e a discriminação baseada na cor da pele.

Detalhes horríveis do crime

O homem condenado, cuja identidade não foi divulgada, deu à sua esposa um frasco que ele alegou conter um medicamento clareador de pele. Após aplicar o líquido inflamável em seu corpo, ele a incendiou com um bastão de incenso quando ela reclamou do cheiro ácido. Ele então derramou o líquido restante sobre ela, causando queimaduras fatais. A vítima foi levada ao hospital, mas morreu devido aos ferimentos.

Problemas sistêmicos no sistema judicial indiano

De acordo com a correspondente Devi Boerema, a pena de morte é "extremamente rara" na Índia, com nenhuma execução desde os ataques de Mumbai em 2008. A duração de oito anos deste caso é considerada relativamente rápida pelos padrões jurídicos indianos, onde os casos frequentemente se arrastam por décadas.

Contexto mais amplo da violência de gênero

Este caso ocorre em um contexto de violência generalizada contra mulheres na Índia. Segundo estatísticas, os crimes relatados contra mulheres aumentaram 87% entre 2011 e 2021, totalizando 428.278 incidentes. A violência doméstica responde por mais de 30% desses crimes.

Fatores culturais e discriminação

O caso destaca a discriminação profundamente enraizada na sociedade indiana, onde a pele clara é frequentemente associada à beleza e ao status social. Os produtos clareadores representam uma indústria multibilionária no país, apesar das crescentes campanhas de conscientização contra preconceitos de cor.

Resposta jurídica e social

A Human Rights Watch criticou repetidamente a aplicação das leis de proteção às mulheres na Índia. A organização observa que, apesar das estruturas legais, a implementação permanece fraca e as atitudes culturais frequentemente toleram a violência contra as mulheres.