Gravação de áudio confirma ordem de atirar de Hasina
A ex-primeira-ministra de Bangladesh, Sheikh Hasina, deu ordens explícitas às forças de segurança para usar violência letal contra manifestantes durante a Revolução das Monções de 2024, conforme revelado por gravações verificadas pela BBC. As evidências ligam Hasina diretamente à violência que resultou em mais de 1400 mortes.
Cronologia da revolução
O que começou em junho de 2024 como protestos estudantis contra cotas discriminatórias do governo escalou após a ação violenta das forças de segurança. O movimento cresceu para exigências nacionais pela renúncia de Hasina após o assassinato do líder estudantil Abu Sayeed em 16 de julho.
Ordens registradas
Na gravação autenticada de 18 de julho, Hasina instruiu: "Usem armas letais contra os manifestantes e atirem neles onde os encontrarem." A gravação foi obtida do Centro Nacional de Monitoramento de Telecomunicações de Bangladesh, que rotineiramente registra conversas de autoridades.
Acerto de contas judicial
O Tribunal Penal Internacional (TPI) de Bangladesh - ironicamente criado por Hasina em 2010 - agora a processa. O promotor Mahdin Choudhury declarou: "Esta evidência mostra responsabilidade de comando por crimes contra a humanidade."
Situação atual
Hasina fugiu para a Índia em agosto de 2024 após a queda de seu governo. A Índia continua a rejeitar pedidos de extradição, apesar de sua recente condenação por desacato à corte. Um governo interino, liderado pelo ganhador do Prêmio Nobel Muhammad Yunus, está no poder.
Depoimento de vítima
Munim Mubahshir, um manifestante atingido por balas de borracha, lembra: "Esperávamos violência, mas não essa brutalidade. Quando eles bateram com cassetetes e atiraram em manifestantes fugindo, soubemos que este regime havia cruzado todos os limites."