Larry Summers se afasta após e-mails com Epstein sobre conselhos amorosos

Ex-ministro Larry Summers anuncia afastamento da vida pública após e-mails revelarem que ele pedia conselhos amorosos a Jeffrey Epstein até meses antes de sua prisão por tráfico sexual.

Ex-ministro dos EUA se retira após revelações sobre contato com Epstein

Larry Summers, o proeminente economista americano que foi secretário do Tesouro sob o presidente Bill Clinton e posteriormente presidente da Universidade Harvard, anunciou que está se afastando da vida pública após revelações sobre seu extenso contato por e-mail com o criminoso sexual condenado Jeffrey Epstein. Os e-mails, divulgados por um comitê do Congresso, mostram que Summers continuou a se corresponder com Epstein até meses antes da prisão deste em 2019, discutindo conselhos sobre relacionamentos e questões pessoais.

'Profundamente Envergonhado' sobre conexão com Epstein

Em uma declaração em resposta às revelações dos e-mails, Summers expressou profundo arrependimento por suas ações. 'Estou profundamente envergonhado pelo meu comportamento e entendo quanta dor isso causou,' declarou Summers. 'Assumo total responsabilidade por minha decisão equivocada de continuar me comunicando com Epstein.' O ex-ministro enfatizou que está se afastando de compromissos públicos para reconstruir confiança e trabalhar em seus relacionamentos pessoais.

A correspondência por e-mail, descoberta pelo jornal estudantil de Harvard The Crimson entre aproximadamente 20.000 documentos de Epstein liberados esta semana, revela que Summers pediu conselhos a Epstein sobre como iniciar um relacionamento sexual com uma mulher que ele chamava de sua 'pupila'. O casado Summers trocou mensagens com Epstein de novembro de 2018 a julho de 2019 sobre como abordar o relacionamento, com Epstein atuando como 'wingman' de Summers na conquista.

Papel de 'Wingman' de Epstein revelado

Os e-mails mostram que Epstein ativamente orientava Summers sobre estratégias de relacionamento, aconselhando-o que conquistar a mulher exigiria paciência, mas que 'ela nunca encontrará outro Larry Summers. Essa chance é ZERO.' Summers expressou suas próprias dúvidas sobre iniciar o caso, escrevendo em um ponto: 'O melhor é cortar o contato. Acho que ela vai sentir falta, mas eu também, infelizmente,' para depois mudar de ideia e descrever a mulher como 'muito boa, inteligente, assertiva e extremamente bonita.'

O que torna o momento particularmente problemático é que a última troca de e-mails ocorreu em 5 de julho de 2019 - apenas um dia antes da prisão de Epstein sob acusações federais de tráfico sexual. Isso significa que Summers manteve contato com Epstein mesmo quando as autoridades já haviam reaberto investigações sobre o controverso acordo de 2008 de Epstein e a mídia relatava dezenas de novas acusações de abuso contra o financista.

Consequências políticas e liberação de documentos

As revelações sobre Summers surgem enquanto o Congresso avança para liberar documentos adicionais relacionados a Epstein. A Câmara dos Representantes votou na terça-feira sobre a Lei de Transparência dos Arquivos Epstein, que exigiria que o Departamento de Justiça liberasse todos os documentos relacionados à investigação e processo de Epstein dentro de 30 dias. O presidente Donald Trump, que inicialmente se opôs à liberação dos documentos, reverteu sua posição e agora diz que assinaria o projeto de lei se ele passar pelo Congresso.

'Certamente faria isso,' disse Trump a repórteres quando questionado sobre assinar a legislação. Espera-se que o projeto seja aprovado com forte apoio bipartidário, possivelmente com números suficientes para superar um veto, segundo USA Today.

Vítimas de Epstein têm se manifestado fortemente pela liberação dos documentos, com a advogada Alicia Arden fazendo um apelo emocionado argumentando que isso revelaria 'quem mais ajudou Epstein e quem mais abusou de tantas crianças e adultos.' As vítimas planejam uma coletiva de imprensa no Capitólio para convencer políticos relutantes a apoiar a divulgação completa.

Carreira Renomada de Summers Sob Escrutínio

A decisão de Summers de se afastar representa um significativo recuo da vida pública para um dos economistas mais proeminentes da América. Além de seu papel como secretário do Tesouro e presidente de Harvard, Summers serviu como conselheiro econômico do presidente Barack Obama, atualmente leciona na Harvard Kennedy School, integra o conselho da OpenAI (criadora do ChatGPT) e trabalha como comentarista da Bloomberg. De acordo com ABC News, Summers voou pelo menos quatro vezes no jato particular de Epstein, e Harvard recebeu mais de US$ 9 milhões em doações de Epstein durante o mandato de Summers como presidente.

Embora não haja evidências de que Summers estivesse envolvido nos crimes de Epstein, as revelações dos e-mails mostram um relacionamento muito mais próximo do que se sabia anteriormente e levantam questões sobre o julgamento de um dos pensadores econômicos mais respeitados da América. A controvérsia já atraiu atenção política, com a senadora Elizabeth Warren pedindo o rompimento dos laços entre Harvard e Summers, referindo-se ao que ela chamou de 'julgamento monumentalmente ruim.'

À medida que a liberação dos documentos de Epstein avança e mais informações se tornam públicas, o caso Summers ilustra como mesmo as figuras públicas mais proeminentes enfrentam sérias consequências quando suas associações com figuras controversas vêm à tona.

Evelyn Nakamura

Evelyn Nakamura é uma jornalista premiada, especializada em inovação tecnológica e ecossistemas de startups. Suas reportagens perspicazes iluminam o cenário tecnológico em evolução do Japão.

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