Mercado de seguros se adapta aos riscos climáticos

Mudanças climáticas causam aumentos sem precedentes nos prêmios e problemas de disponibilidade nos mercados de seguros. Parcerias público-privadas e estratégias inovadoras de gestão de riscos oferecem soluções para acessibilidade de seguros em regiões vulneráveis.

Setor de seguros confrontado com crise climática

O mercado global de seguros está passando por uma transformação fundamental à medida que as mudanças climáticas causam pressão financeira sem precedentes. De acordo com dados do Fórum Econômico Mundial, desastres naturais relacionados ao clima causaram apenas no primeiro semestre de 2025 perdas econômicas globais de US$ 162 bilhões, com perdas seguradas atingindo um recorde de US$ 100 bilhões. Isso representa a menor lacuna de proteção de seguros já medida em apenas 38%, mas a pressão financeira sobre as seguradoras está aumentando rapidamente.

Aumentos de prêmios em todo o país

Nos Estados Unidos, os proprietários de imóveis sentem o impacto direto dos riscos climáticos através do aumento dos prêmios de seguro. A CNBC relata que os prêmios de seguro estão subindo em todos os 50 estados, com um aumento médio esperado de 8% em 2025. Os aumentos mais dramáticos ocorrem em regiões vulneráveis ao clima, como Louisiana (28%) e Califórnia (21%), onde incêndios florestais recentes e desastres naturais forçaram as seguradoras a revisarem suas avaliações de risco.

'Estamos vendo uma mudança fundamental em como as seguradoras precificam os riscos,' diz Sarah Johnson, analista da indústria de seguros na Ceres. 'A mudança climática não é mais uma ameaça futura—é um motor de custos atual que está reformulando os mercados de seguros em todo o país.'

Crise de disponibilidade em áreas de alto risco

A disponibilidade de cobertura está se tornando cada vez mais problemática nas regiões mais expostas a perigos climáticos. Pesquisa da Brookings Institution mostra que estados como Flórida, Califórnia e Louisiana viram uma duplicação no número de segurados em planos de seguro de 'último recurso' de 2018-2023, à medida que as seguradoras privadas se retiram dos mercados de alto risco. Isso cria 'desertos de seguros' onde a cobertura se torna escassa ou inacessível para os residentes.

'Quando grandes seguradoras se retiram de estados ou regiões inteiras, isso cria um efeito dominó que ameaça a estabilidade dos mercados imobiliários locais,' explica Michael Rodriguez, consultor de risco climático. 'Os proprietários ficam com menos opções e custos mais altos, o que pode afetar os valores das propriedades e a resiliência da comunidade.'

Parcerias público-privadas oferecem soluções

Em resposta a esses desafios, parcerias público-privadas inovadoras estão surgindo como soluções potenciais. O Society of Actuaries Research Institute reuniu especialistas para examinar como as mudanças climáticas afetam a disponibilidade, acessibilidade e adequação dos seguros na América do Norte. Sua pesquisa explora potenciais mecanismos de financiamento e abordagens colaborativas para preencher lacunas de seguros em regiões vulneráveis ao clima.

'As parcerias público-privadas podem aproveitar os pontos fortes de ambos os setores—a autoridade regulatória do governo e a experiência em gestão de riscos da indústria privada,' observa a Dra. Emily Chen, especialista em regulamentação de seguros. 'Essas colaborações são essenciais para desenvolver mercados de seguros sustentáveis que possam resistir à pressão climática.'

Evolução da indústria e perspectivas futuras

A indústria de seguros está mudando da mera transferência de risco para o gerenciamento proativo e mitigação de ameaças climáticas. De acordo com análise da Earth.org, as resseguradoras estão desenvolvendo novos sistemas de modelagem de catástrofes e produtos inovadores, incluindo seguros paramétricos e títulos de catástrofe. Essas ferramentas ajudam as seguradoras a quantificar e precificar melhor os riscos climáticos, mantendo a estabilidade financeira.

O relatório do Federal Insurance Office de janeiro de 2025 revelou que os prêmios médios de seguro residencial nos códigos postais de maior risco aumentaram 14,7% mais rápido do que a inflação de 2018-2022, enquanto os prêmios nas áreas de menor risco realmente caíram em relação à inflação. Essa crescente lacuna de prêmios destaca o desafio da indústria em equilibrar acessibilidade com precificação adequada de risco.

'A indústria de seguros está em um ponto de virada crítico,' conclui o veterano da indústria Robert Thompson. 'Como nos adaptamos aos riscos climáticos hoje determinará se o seguro continuará sendo um mecanismo de proteção viável para as gerações futuras. As soluções exigem inovação, colaboração e uma revisão fundamental dos modelos tradicionais de seguros.'

Mia Chen

Mia Chen é uma jornalista dedicada de Taiwan, especializada em reportagens sobre saúde e segurança pública. Seu trabalho foca em informar comunidades sobre questões críticas de bem-estar e segurança.

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