Aliados da NATO reagem a tensões fronteiriças em escalada
A Polónia enviou caças como medida preventiva após um grande ataque russo à Ucrânia durante a noite. A situação tensa na fronteira tem escalado desde que drones russos penetraram no espaço aéreo polaco há uma semana e meia, com incidentes adicionais em que caças russos sobrevoaram território estoniano ontem.
O Ministério da Defesa polaco confirmou nas redes sociais, na plataforma X, que tanto aviões polacos como de aliados foram ativados. "Colocamos os nossos sistemas de defesa aérea e radares no mais alto estado de prontidão," declarou um porta-voz do ministério.
F-35 holandeses em alerta
A Holanda tem estacionado quatro aviões de combate F-35 na Polónia desde o início de setembro para vigiar o flanco oriental da NATO. Estas aeronaves avançadas já foram empregues várias vezes, incluindo durante o incidente da semana passada, quando pela primeira vez foram utilizadas armas para intercetar drones russos.
Segundo analistas militares, a recente incursão de drones no espaço aéreo polaco em 9-10 de setembro envolveu cerca de 23 drones russos que entraram através da Bielorrússia. Os F-35 holandeses foram responsáveis por abater a maioria dos drones intercetados, o que marca a primeira vez que tropas da NATO envolveram meios russos no espaço aéreo polaco desde o início da invasão da Ucrânia.
Violação do espaço aéreo da Estónia
Num incidente separado, a Estónia relatou que três caças russos violaram o seu espaço aéreo durante cerca de doze minutos perto da ilha de Vaindloo. Aviões de combate italianos intercetaram as aeronaves russas, mas Moscovo nega qualquer violação e alega que os caças permaneceram sobre águas internacionais.
O ministro dos Negócios Estrangeiros da Estónia, Margus Tsahkna, chamou à ação "inusitadamente brutal," enquanto o secretário-geral da NATO, Mark Rutte, a considerou imprudente, mas elogiou a rápida resposta dos aliados.
Reunião de emergência da NATO convocada
A primeira-ministra da Estónia, Kaja Kallas, invocou o artigo 4 do tratado da NATO e convocou uma reunião de emergência dos estados-membros no início da próxima semana. Esta é a segunda vez num mês que isto acontece, após o incidente anterior na Polónia.
O artigo 4 do Tratado do Atlântico Norte permite que qualquer membro solicite consultas quando considerar que a sua integridade territorial, independência política ou segurança está ameaçada. A próxima reunião discutirá o padrão crescente de provocações russas ao longo da fronteira oriental da NATO.
O presidente americano Donald Trump reagiu com reserva aos desenvolvimentos: "Não gosto disso. Não acho nada bem quando isso acontece. Pode causar grandes problemas, mas depois digo-te mais."