EUA impõem proibição abrangente de importação de drones por preocupações de segurança
Os Estados Unidos deram um passo drástico na rivalidade tecnológica com a China ao impor uma proibição abrangente da importação de todos os novos drones estrangeiros e componentes críticos de drones. A Federal Communications Commission (FCC) anunciou em 22 de dezembro de 2025 a aplicação imediata desta regulamentação, bloqueando efetivamente novos modelos do fabricante chinês de drones DJI e outras empresas internacionais para o mercado americano.
Segurança nacional em primeiro lugar
O presidente da FCC, Brendan Carr, afirmou inequivocamente que a decisão decorre de preocupações crescentes sobre possíveis riscos de espionagem e vigilância. 'O presidente Trump deixou claro que esta administração quer espaço aéreo seguro e quer desencadear o domínio americano de drones,' explicou Carr durante um briefing à imprensa. 'Criminosos, terroristas e atores estrangeiros hostis que usam drones representam uma ameaça crescente para os Estados Unidos.'
A ação regulatória adiciona drones à 'Lista Coberta' da FCC de equipamentos considerados um risco inaceitável para a segurança nacional. Isto segue a Lei de Autorização de Defesa Nacional de 2025 e a Lei de Combate a Drones do PCC, que forneceram a estrutura legal para tais restrições.
Posição dominante de mercado da DJI
A proibição atinge desproporcionalmente a DJI, que, de acordo com análise de mercado de 2025, controla cerca de 70% do mercado global de drones de consumo e mais de 50% dos drones vendidos nos EUA. A empresa chinesa, fundada em 2006 por Frank Wang, tornou-se sinônimo global de tecnologia de drones de consumo e profissionais.
O que torna esta proibição particularmente impactante é a extensa penetração da DJI na infraestrutura crítica americana. A empresa revelou recentemente que cerca de 80% dos serviços de emergência e agências de aplicação da lei dos EUA usam drones ou software da DJI para operações que variam de busca e resgate a resposta a desastres e documentação de cenas de crime.
Reação chinesa e implicações econômicas
A China contestou veementemente a medida, com um porta-voz do Ministério das Relações Exteriores chinês chamando a lista negra de 'discriminatória' e pedindo aos EUA que restaurassem o acesso ao mercado para empresas chinesas. O porta-voz argumentou que a decisão parece ser motivada por motivos protecionistas em vez de preocupações genuínas de segurança.
A DJI expressou em um comunicado oficial sua decepção e caracterizou a ação da FCC como 'protecionista em vez de baseada em evidências.' A empresa enfatizou seu compromisso com a segurança de dados e observou que seus produtos passam por testes de segurança rigorosos.
As implicações econômicas são significativas. De acordo com a Market Research Future, o mercado de drones de segurança pública foi avaliado em US$ 5,9 bilhões em 2025 e deve crescer para US$ 16,5 bilhões até 2035. A proibição cria desafios imediatos na cadeia de suprimentos para agências americanas que se tornaram dependentes das soluções econômicas e tecnologicamente avançadas da DJI.
Consequências práticas e reação da indústria
Embora os drones existentes possam continuar a ser usados e modelos previamente aprovados permaneçam disponíveis para venda, nenhum novo modelo de drone estrangeiro receberá aprovação da FCC daqui para frente. Isto cria preocupações significativas sobre disponibilidade de peças, reparabilidade e avanço tecnológico para os usuários atuais.
Fabricantes americanos de drones saudaram a decisão como uma oportunidade de ganhar participação de mercado. Analistas da indústria observam, no entanto, que os drones fabricados nos EUA são geralmente mais caros e, em muitos casos, considerados menos capazes do que seus equivalentes chineses. A diferença de preço pode pressionar os orçamentos das agências de segurança pública que se acostumaram com os preços competitivos da DJI.
Hobbyistas e operadores comerciais também enfrentam incerteza. O entusiasta de drones Michael Chen, que administra um negócio de fotografia na Califórnia, disse aos repórteres: 'Isto parece um passo para trás. A tecnologia da DJI revolucionou a fotografia aérea, e agora enfrentamos opções limitadas e custos mais altos.'
Contexto geopolítico mais amplo
Esta proibição de drones representa a última escalada na guerra fria tecnológica contínua entre os Estados Unidos e a China. Ela segue restrições anteriores a equipamentos de telecomunicações chineses, tecnologia de semicondutores e sistemas de inteligência artificial.
O governo americano há muito acusa empresas chinesas de espionagem para Pequim - acusações que tanto as empresas quanto o governo chinês negam consistentemente. A proibição de drones reflete a determinação de Washington em reduzir a dependência tecnológica da China em setores de infraestrutura crítica.
À medida que o mercado global de drones continua a crescer, com aplicações que variam de agricultura e construção a resposta a emergências e entretenimento, este movimento regulatório provavelmente reformulará a dinâmica da indústria nos próximos anos. O desafio imediato será equilibrar as preocupações de segurança nacional com as necessidades práticas das empresas americanas e das agências de segurança pública que se tornaram dependentes da tecnologia de drones estrangeira.