Polônia anuncia medidas temporárias de controle de fronteira
A Polônia irá implementar controles temporários nas fronteiras com a Alemanha e a Lituânia a partir de segunda-feira, conforme anunciado pelo primeiro-ministro Donald Tusk hoje. Esta decisão segue medidas semelhantes recentemente adotadas pela Bélgica, Alemanha e Holanda para combater a migração ilegal.
Reação à política migratória alemã
As medidas polonesas são principalmente uma resposta aos controles prolongados na fronteira da Alemanha, onde migrantes indocumentados estão sendo devolvidos à Polônia. A Alemanha recentemente estendeu seus controles fronteiriços por mais seis meses. O primeiro-ministro Tusk expressou frustração com essa política: "Consideramos a reintrodução temporária de controles fronteiriços necessária para limitar ao mínimo o fluxo descontrolado de migrantes através da fronteira polonesa-alemã." Ele acrescentou que "a paciência da Polônia está se esgotando" devido à crescente pressão sobre o país.
Contexto do Acordo de Schengen
Esses controles são permitidos sob o Acordo de Schengen, que permite medidas temporárias de fronteira sob circunstâncias específicas. O chanceler alemão Merz confirmou o compromisso da Alemanha com o sistema Schengen, mas enfatizou que ele não deve ser abusado por traficantes de pessoas. Merz declarou que Alemanha e Polônia têm "um problema comum que queremos resolver juntos".
Fronteira com a Lituânia e reações
Os novos controles também afetarão a fronteira da Polônia com a Lituânia. O ministro das Relações Exteriores da Lituânia, Kestutis Budrys, confirmou ter sido informado sobre as medidas e observou: "Precisamos avaliar quais medidas são mais eficazes. Elas não devem prejudicar nosso interesse comum na livre circulação de pessoas e devem contribuir para a proteção das fronteiras externas da UE e da OTAN."
Pressão política interna
O problema fronteiriço intensificou as tensões políticas dentro da Polônia. Nas últimas semanas, ativistas de direita realizaram controles fronteiriços independentes ao longo da fronteira com a Alemanha. Alguns círculos de direita acusaram guardas fronteiriços poloneses de colaborar com autoridades alemãs para receber migrantes na Polônia. Tusk criticou políticos que usam a situação fronteiriça para ganho político e se posicionou como executor de uma política migratória mais rigorosa do que seu antecessor, incluindo medidas controversas que permitem à Polônia suspender o direito de asilo em certas situações.