Maior Operação Mundial Contra Crimes Ambientais Revela Redes Criminosas
Na maior operação global de combate ao crime ambiental da história, autoridades resgataram quase 20.000 animais ameaçados de extinção e prenderam 365 suspeitos em 138 países. A Operação Thunder 2024, coordenada pela INTERPOL e pela Organização Mundial das Alfândegas, visou seis redes criminosas transnacionais envolvidas no tráfico ilegal de espécies protegidas.
Apreensões Impressionantes Revelam Escala da Crise
A operação revelou estatísticas chocantes: 18 grandes felinos incluindo filhotes de tigre na República Tcheca, 5.877 tartarugas vivas, 12 pangolins, 33 primatas e 1.731 répteis estavam entre os animais resgatados. 'Vemos que redes criminosas organizadas exploram a demanda por plantas e animais raros, o que contribui diretamente para a perda de biodiversidade,' disse um porta-voz da INTERPOL. A operação também identificou mais de 100 empresas envolvidas no comércio de espécies protegidas.
Espécies Mais Traficadas Ameaçadas de Extinção
De acordo com o Fundo Internacional para o Bem-Estar Animal, os animais mais caçados ilegalmente em 2025 incluem rinocerontes (mais de 7.100 mortos entre 2015-2025), elefantes (90% dos elefantes africanos mortos por caçadores em 100 anos) e pangolins - os mamíferos mais traficados do mundo. 'Traficantes de animais silvestres estão diversificando seus alvos, ameaçando a biodiversidade global,' alertou um especialista em conservação do IFAW.
Motivações Culturais e Econômicas
O contrabando de animais silvestres continua sendo impulsionado por tradições culturais e incentivos econômicos. A medicina tradicional chinesa, o consumo de carne de caça de luxe e o comércio de animais de estimação exóticos continuam a alimentar a demanda. O tráfico ilegal de animais silvestres é avaliado em US$ 7-23 bilhões por ano, tornando-se a quarta maior empresa criminosa mundial depois de drogas, armas de fogo e tráfico de pessoas.
Tendências Recentes Mostram Algum Progresso
Um relatório recente indica que o comércio de marfim e escamas de pangolim da África diminuiu significativamente desde a pandemia de COVID-19, com apreensões 75-94% menores do que os picos de 2019. No entanto, os traficantes estão se adaptando transferindo operações para países com fiscalização mais fraca, como Angola e Moçambique. 'Embora vejamos tendências positivas, as redes criminosas organizadas permanecem muito adaptáveis,' observou um analista de crimes ambientais.
Resposta Internacional e Desafios Futuros
O terceiro Relatório Mundial sobre Crimes contra a Vida Selvagem do Escritório das Nações Unidas sobre Drogas e Crime revela que, apesar de duas décadas de esforços internacionais, os crimes contra a vida selvagem persistem globalmente, afetando aproximadamente 4.000 espécies de plantas e animais. O relatório enfatiza a necessidade de análise sistemática e intervenções baseadas em evidências para enfrentar esse desafio persistente que ameaça a saúde dos ecossistemas e a resiliência climática em todo o mundo.