Coalizão de esquerda do primeiro-ministro Støre vence eleições norueguesas por margem estreita com 89 assentos, permitindo continuação do governo do Partido Trabalhista em meio a debates sobre economia e política energética.

Coalizão de Esquerda Conquista Maioria Apertada na Noruega
A coalizão de esquerda liderada pelo primeiro-ministro Jonas Gahr Støre venceu por uma margem estreita as eleições parlamentares norueguesas, de acordo com pesquisas de boca de urna divulgadas na segunda-feira à noite. O Partido Trabalhista e seus aliados parecem ter conquistado assentos suficientes para formar um governo, permitindo que Støre permaneça no poder.
Resultado Eleitoral e Cenário Político
Pesquisas de boca de urna da emissora pública norueguesa NRK indicam que o Partido Trabalhista, junto com quatro aliados menores, conquistou 89 assentos no Storting, que possui 169 assentos. Isso lhes dá uma maioria mínima, já que são necessários 85 assentos para governar. O bloco de direita, liderado pelo Partido Conservador Høyre e pelo populista Partido do Progresso, obteve 80 assentos de acordo com as mesmas pesquisas.
"Esta é uma vitória para a estabilidade e políticas progressistas em tempos desafiadores," disse um porta-voz do Partido Trabalhista.
Questões Econômicas Dominam Campanha
A campanha eleitoral concentrou-se principalmente em questões econômicas, com inflação e imposto sobre patrimônio sendo particularmente controversos. Cerca de 4,3 milhões de noruegueses estavam aptos a votar nestas eleições intensamente acompanhadas.
Partidos de direita defenderam a redução ou eliminação do imposto sobre patrimônio, argumentando que muitos noruegueses são tributados sem ter recursos suficientes. O Partido Trabalhista, por outro lado, defendeu a manutenção do imposto, alegando que sua eliminação custaria ao estado aproximadamente 3,3 bilhões de euros por ano.
Retorno de Stoltenberg Fortalece Partido Trabalhista
O ressurgimento do Partido Trabalhista nos últimos meses é parcialmente atribuído ao retorno do ex-primeiro-ministro e chefe da OTAN, Jens Stoltenberg. Embora não tenha concorrido nas eleições, Stoltenberg indicou estar aberto a um cargo ministerial no novo governo.
"O 'efeito Stoltenberg' sem dúvida ajudou a consolidar o apoio ao Partido Trabalhista durante estas eleições cruciais," observou o analista político Erik Lund.
Política Energética e Contexto Internacional
Diferentemente de eleições anteriores, as mudanças climáticas e a eliminação progressiva da produção de petróleo e gás receberam menos atenção. Desde a invasão russa da Ucrânia, a Noruega tornou-se o maior fornecedor de gás da União Europeia, sob pressão de países vizinhos europeiros para manter o fornecimento.
Partidos de direita defenderam a continuação das perfurações, enquanto partidos de esquerda enfatizaram a transição para energias renováveis. A eleição também tratou do enorme fundo soberano norueguês, avaliado em mais de 1,7 trilhão de euros, e debates sobre suas estratégias de investimento, incluindo desinvestimento de empresas israelenses.
O Partido Trabalhista governa desde janeiro de 2025 como um governo minoritário, quando o Partido do Centro deixou a coalizão devido a divergências sobre política energética em relação à União Europeia.