2025 marca uma mudança crítica na política climática, com temperaturas recordes e preocupações com segurança energética acelerando a transição renovável, enquanto alertas científicos se intensificam.

Política climática global entra em nova era em 2025
À medida que 2025 se desenrola, a política climática está passando por uma transformação fundamental impulsionada pelo aquecimento global sem precedentes e pelas prioridades econômicas em mudança. O ano já testemunhou desenvolvimentos críticos que sinalizam uma mudança de paradigma na forma como os países abordam a ação climática.
Temperaturas recordes forçam revisão de políticas
De acordo com o Serviço de Mudanças Climáticas Copernicus, 2024 foi oficialmente o ano mais quente desde o início dos registros em 1850, com temperaturas globais atingindo 1,6°C acima dos níveis pré-industriais. Este marco forçou os formuladores de políticas a enfrentar a realidade de que a meta de 1,5°C do Acordo de Paris foi temporariamente excedida.
"A negação científica não é mais possível nesta fase, depois de tudo o que aconteceu nos últimos anos," declarou André Corrêa do Lago, diretor da próxima conferência climática COP30 no Brasil.
Segurança energética impulsiona transição para renováveis
O Statistical Review of World Energy do Energy Institute sugere que 2025 pode marcar o início de um novo paradigma onde as preocupações com segurança energética, em vez da motivação puramente climática, estão acelerando a transição para energias renováveis. Os países estão cada vez mais vendo a energia limpa como essencial para a segurança nacional e a resiliência econômica.
A capacidade de energia renovável continua a crescer rapidamente, com projeções indicando que as renováveis cobrirão 35% da geração global de eletricidade em 2025. Isso representa uma aceleração significativa em relação às estimativas anteriores, impulsionada pelo avanço tecnológico e custos decrescentes.
Alertas científicos se intensificam
Estudos recentes publicados na Nature Climate Change e outras revistas líderes destacam tendências alarmantes. Pesquisas mostram que pelo menos 30% do Ártico se tornou uma fonte líquida de dióxido de carbono, enquanto o aumento global da temperatura da água do mar mais do que quadruplicou nas últimas décadas.
Um estudo da World Weather Attribution concluiu que as mudanças climáticas tornaram uma recente onda de calor de fevereiro pelo menos 2°C mais quente e dez vezes mais provável, destacando as consequências imediatas do aquecimento global.