
Debate Global sobre Reforma do Conselho de Segurança da ONU Atinge Ponto Crítico
Em 2025, o debate de longa data sobre a reforma do Conselho de Segurança das Nações Unidas atinge um momento decisivo. A estrutura atual, estabelecida em 1945 com cinco membros permanentes (China, França, Rússia, Reino Unido e Estados Unidos), enfrenta pressão crescente para se adaptar ao cenário geopolítico do século XXI.
Países do G4 Buscam Assentos Permanentes
Brasil, Alemanha, Índia e Japão - coletivamente conhecidos como países do G4 - intensificaram sua campanha por assentos permanentes no Conselho de Segurança. Essas potências econômicas argumentam que a composição atual não reflete a realidade global contemporânea. "O Conselho de Segurança deve evoluir para representar o mundo de hoje, não o de 80 anos atrás", declarou a embaixadora indiana Ruchira Kamboj durante negociações recentes.
Cada membro do G4 traz credenciais convincentes: a Índia como a democracia mais populosa do mundo e quinta maior economia, o Japão como terceira economia global, a Alemanha como motor econômico europeu e o Brasil como bloco dominante sul-americano. Juntos, acumulam mais de 64 anos de serviço como membros não permanentes desde a fundação da ONU.
Oposição da Uniting for Consensus
Liderada pela Itália, o movimento Uniting for Consensus (UfC) opõe-se fortemente à proposta do G4. Esta coalizão de aproximadamente 50 países argumenta que a adição de mais assentos permanentes criaria maior desigualdade dentro do sistema da ONU. Em vez disso, a UfC defende a expansão da membresia não permanente de 10 para 20 assentos, com mandatos mais longos, mas sem direito a veto.
União Africana Exige Representação
A União Africana continua a exigir pelo menos dois assentos permanentes para países africanos, argumentando que os 1,4 bilhão de pessoas do continente merecem representação adequada. Propostas atuais sugerem Nigéria, África do Sul ou Egito como candidatos potenciais, embora o consenso dentro da África permaneça desafiador.
Direito de Veto: O Principal Obstáculo
O direito de veto dos P5 permanece como o ponto mais controverso. Muitos Estados-membros desejam limitar ou abolir o veto, especialmente após seu uso durante crises humanitárias críticas. No entanto, todos os cinco membros permanentes devem aprovar qualquer reforma, criando uma barreira constitucional quase intransponível.
Progresso Requer Consenso Sem Precedentes
Qualquer reforma bem-sucedida requer acordo de dois terços dos Estados-membros da ONU (129 países) e ratificação por todos os cinco membros permanentes. Este alto limiar impediu mudanças significativas por décadas, apesar do reconhecimento generalizado de que o sistema atual está desatualizado.