Reino Unido adia decisão sobre megaembaixada chinesa

Reino Unido adia decisão sobre superembaixada chinesa de £255 milhões devido a preocupações de espionagem. O complexo próximo à Torre de Londres seria a maior embaixada da Europa, mas enfrenta oposição por sua proximidade com infraestrutura crítica e após colapso de caso de espionagem.

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Dilema diplomático britânico sobre megaembaixada chinesa

O governo britânico adiou pela segunda vez sua decisão sobre a polêmica 'superembaixada' da China, movendo o prazo de 21 de outubro para 10 de dezembro devido a crescentes preocupações de segurança e um grande escândalo de espionagem. O complexo proposto de £255 milhões no Royal Mint Court, próximo à Torre de Londres, com 20.000 metros quadrados se tornaria a maior sede diplomática da Europa, mas agências de inteligência alertam que poderia se transformar em uma enorme operação de espionagem.

Preocupações de segurança aumentam

A localização da embaixada proposta acionou alarmes nos serviços de segurança britânicos. 'Temos preocupações significativas sobre o potencial para atividades de espionagem a partir deste local,' disse um alto oficial de inteligência a repórteres. O local fica diretamente acima de cabos de fibra óptica críticos que servem o distrito financeiro de Londres, The City, o que especialistas descrevem como uma oportunidade perfeita para interceptação de comunicações.

A China comprou o histórico edifício Royal Mint em 2018 por £225 milhões, mas o processo de planejamento tem sido marcado por controvérsias. O Tower Hamlets Council rejeitou inicialmente o pedido em 2022 devido a preocupações de segurança, levando a uma reapresentação pela China em agosto de 2024 com partes significativas do design interno editadas pelo que chamaram de 'razões de segurança'.

Escândalo de espionagem desmorona

O adiamento da decisão sobre a embaixada ocorre enquanto um grande caso de espionagem envolvendo dois cidadãos britânicos desmoronou inesperadamente. Christopher Cash, um ex-pesquisador parlamentar, e Christopher Berry, um professor que trabalhou na China, foram acusados de repassar informações governamentais sensíveis a funcionários chineses sob a Official Secrets Act.

'O limiar de evidência não foi mais atendido,' declararam promotores quando retiraram as acusações em setembro de 2025. O caso desmoronou porque o governo britânico se recusou a confirmar que a China representava uma 'ameaça à segurança nacional' no momento da suposta espionagem - um requisito crucial para processamento sob a Official Secrets Act.

A decisão causou indignação no parlamento, com a parlamentar trabalhistas Alicia Kearns declarando: 'Isso envia um sinal perigoso de que consideramos relações diplomáticas amigáveis mais importantes do que nossa própria segurança nacional.'

Alegações explosivas de Dominic Cummings

Para agravar ainda mais a situação, Dominic Cummings - ex-conselheiro-chefe do primeiro-ministro Boris Johnson - fez alegações explosivas sobre violações de segurança chinesas. 'A China obteve enormes quantidades de informações ultrassecretas de nossas agências de inteligência,' alegou Cummings em uma entrevista recente.

Ele afirmou que a infraestrutura fundamental para transferência de dados governamentais sensíveis foi comprometida por anos, incluindo o que é conhecido como 'material Strap' - a classificação mais alta para inteligência sensível. O Cabinet Office, no entanto, rejeitou firmemente essas alegações, declarando: 'É falso alegar que os sistemas que usamos para transferir as informações governamentais mais sensíveis foram comprometidos.'

Equilíbrio geopolítico delicado

A controvérsia da superembaixada representa um delicado ato de equilíbrio para o governo do primeiro-ministro Keir Starmer. Enquanto as preocupações de segurança aumentam, o Reino Unido também tenta manter laços econômicos com a China, que continua sendo um parceiro comercial crucial.

Moradores locais próximos ao local proposto organizaram protestos, com a Royal Mint Court Residents' Association combatendo os planos há anos. 'Isso não é apenas sobre segurança - é sobre nosso bairro se tornar um alvo em potencial,' disse um morador à mídia local.

À medida que o prazo de dezembro se aproxima, o governo britânico está sob pressão crescente de aliados, particularmente os Estados Unidos, que alertaram sobre os riscos de segurança. Com revelações quase diárias, este impasse diplomático não mostra sinais de resolução enquanto o Reino Unido luta para equilibrar preocupações de segurança com realidades econômicas.

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