
Operação da DEA mira redes do cartel de Sinaloa
Autoridades americanas realizaram uma das maiores operações antidrogas dos últimos anos, com 617 prisões de supostos membros do cartel de Sinaloa em vários países. A operação em larga escala, que durou uma semana, resultou na apreensão de 420 armas de fogo, mais de 480 quilos de pó de fentanil, quase 7.500 quilos de cocaína e mais de 2.200 quilos de metanfetamina.
Anne Milgram, diretora da DEA, declarou: "Cada quilo de veneno apreendido, cada dólar retirado dos cartéis e cada prisão que fazemos representam vidas salvas e comunidades protegidas". A operação também confiscou 11 milhões de dólares em bens do cartel.
Tensões diplomáticas aumentam
A ação coincidiu com a visita do secretário de Estado americano Marco Rubio ao México, onde se encontrou com a presidente Claudia Sheinbaum para discutir o reforço da cooperação contra organizações criminosas. Seis grandes cartéis mexicanos, incluindo o Sinaloa, foram recentemente designados como organizações terroristas estrangeiras pelo governo Trump.
Embora ambos os países tenham prometido intensificar a cooperação em troca de informações e treinamento, autoridades mexicanas expressaram preocupação com possíveis violações de soberania. "Precisamos proteger a soberania mexicana enquanto combatemos o crime transnacional", observou um funcionário anônimo do Ministério das Relações Exteriores do México.
Preocupações com escalada militar
A operação segue um incidente controverso em que tropas americanas atacaram e afundaram um navio venezuelano em águas internacionais, matando onze pessoas supostamente envolvidas no tráfico de drogas. O secretário Rubio defendeu a ação: "O presidente tem o direito de lidar com ameaças diretas aos Estados Unidos. Este presidente não é um falador; é um fazedor".
O vice-presidente JD Vance escalou a retórica nas redes sociais, afirmando: "Matar membros de cartéis que envenenam nossos cidadãos é o mais alto e melhor uso de nosso exército". Quando questionado sobre possíveis crimes de guerra, Vance respondeu que não se importava.
Implicações regionais
Segundo fontes de inteligência, o governo Trump está considerando ataques militares em território venezuelano visando operações de cartéis e o enfraquecimento do governo do presidente Nicolás Maduro. Países latino-americanos acompanham esses desenvolvimentos com crescente preocupação sobre o intervencionismo americano.
O cartel de Sinaloa, considerado uma das organizações de tráfico de drogas mais poderosas do mundo, opera em dezenas de países, incluindo a Holanda. Especialistas alertam que ações militares em escalada podem desestabilizar a região e tensionar as relações diplomáticas.