Sargento da delegacia de Charing Cross em Londres preso por obstrução da justiça após investigação da BBC sobre racismo e misoginia. Múltiplos policiais suspensos no segundo grande escândalo em três anos.

Policial britânico preso após investigação da BBC
Um sargento em serviço da controversa delegacia de Charing Cross em Londres foi preso sob suspeita de obstrução da justiça, o mais recente desenvolvimento em um escândalo de corrupção que está abalando a maior força policial da Grã-Bretanha. O agente, ligado à Unidade de Comando Básico Central Oeste, foi detido em 2 de outubro de 2025 pelo departamento de padrões profissionais da Polícia Metropolitana e desde então foi suspenso e libertado sob fiança.
Investigação do BBC Panorama revela problemas estruturais
A prisão ocorre apenas dias após uma devastadora investigação secreta do BBC Panorama que expôs racismo generalizado, misoginia e má conduta dentro da delegacia de Charing Cross. O documentário mostrou policiais fazendo comentários racistas chocantes sobre imigrantes, minimizando vítimas de estupro e se gabando do uso excessivo de força. Um agente foi gravado dizendo que imigrantes deveriam ser 'baleados ou deportados', enquanto outros faziam comentários sexuais sobre mulheres presas e expressavam sentimentos anti-islâmicos.
O comissário assistente Andy Valentine declarou: 'Seremos implacáveis em nossa abordagem aos problemas em Charing Cross e tomaremos medidas rápidas sobre quaisquer outras alegações como parte de nossa investigação mais profunda sobre corrupção.'
Múltiplos policiais suspensos em operação de limpeza
A Polícia Metropolitana tomou medidas abrangentes após o escândalo, com oito policiais e um funcionário suspensos e dois agentes adicionais removidos de funções de linha de frente. Toda a equipe de prisão em Charing Cross foi dissolvida e realocada, enquanto a liderança na delegacia foi alterada. O Gabinete Independente de Conduta Policial (IOPC) está atualmente investigando 11 policiais atuais ou antigos da Met e um funcionário da delegacia do centro de Londres.
O comissário da Met, Sir Mark Rowley, descreveu o comportamento documentado como 'completamente inaceitável e em conflito com os valores e padrões' da força policial e prometeu que nove policiais em serviço, um ex-agente e um funcionário de segurança seriam demitidos se considerados culpados de má conduta grave.
Histórico de problemas em Charing Cross
Esta não é a primeira vez que a delegacia de Charing Cross enfrenta alegações graves de má conduta. Em 2022, uma investigação revelou comportamento escandaloso, incluindo um grupo homofóbico, racista e misógino no WhatsApp entre policiais. O escândalo atual representa a segunda grande crise de má conduta na delegacia em três anos, levantando questões sérias sobre a eficácia das operações de limpeza anteriores.
O primeiro-ministro Keir Starmer condenou as imagens como 'chocantes' e instou o comissário a 'responder com muita força' ao escândalo. O repórter secreto passou sete meses na delegacia e descobriu que atitudes racistas e misóginas foram levadas para debaixo dos panos em vez de eliminadas da força policial.
As alegações investigadas pelo IOPC, que ocorreram entre agosto de 2024 e janeiro de 2025, incluem uso excessivo de força, comentários discriminatórios e misóginos, e falha em relatar ou contestar comportamento inadequado. A Polícia Metropolitana se autorrelatou ao regulador policial após a investigação do Panorama.