Tribunais testam IA para transcrições diretas de audiências, economizando custos mas enfrentando problemas de precisão com erros de até 35%. Novas regras garantem confiabilidade.

IA revoluciona relatórios judiciais com transcrição em tempo real
Em um desenvolvimento inovador, tribunais nos Estados Unidos estão testando sistemas de inteligência artificial (IA) para transcrever e analisar audiências em tempo real, com o objetivo de modernizar processos jurídicos e reduzir custos. Esta iniciativa, destacada por desenvolvimentos recentes em Dakota do Norte, utiliza tecnologia de reconhecimento de fala automatizado (ASR) para gerar transcrições a partir de gravações de áudio, o que pode substituir os tradicionais escrivães judiciais. "Isso trata de tornar a justiça mais acessível e eficiente," disse um administrador judicial envolvido. No entanto, a mudança levanta preocupações significativas sobre precisão, privacidade e impacto no emprego, com críticos apontando taxas de erro de até 35% em alguns casos, de acordo com um estudo de Stanford citado pela GovTech.
Como funciona a transcrição por IA em tribunais
Os sistemas de IA usam algoritmos avançados para converter palavras faladas em texto em tempo real, analisando feeds de áudio de microfones no tribunal. Essas ferramentas podem identificar falantes, processar jargão jurídico e até marcar momentos importantes para revisão. A proposta de Dakota do Norte exige gravações de áudio em todos os tribunais até 1º de janeiro de 2026, que serão processadas com software ASR. Essa abordagem elimina custos por página de transcrições e estabelece programas de isenção para réus com menos recursos, conforme relatado pela GovTech. Defensores argumentam que a IA pode lidar com casos de alto volume mais rapidamente, mas requer infraestrutura robusta para evitar interrupções.
Vantagens: Eficiência e economia de custos
Defensores destacam que a transcrição por IA pode reduzir custos e atrasos. Os custos tradicionais de escrivães podem ser altos, enquanto a IA oferece um custo único de configuração. "Estamos olhando para economias de até 50% nos custos de transcrição, o que beneficia contribuintes e partes envolvidas," observou um funcionário judicial. Além disso, a análise direta permite que juízes consultem rapidamente decisões anteriores, melhorando o andamento do processo. Estados como Michigan e Texas já viram sucesso com sistemas de gravação digital, pavimentando o caminho para a integração de IA.
Desafios: Precisão e preocupações éticas
Apesar das promessas, os sistemas de IA lutam com a precisão, especialmente em ambientes ruidosos ou com sotaques diversos. Um artigo do Legal News Feed descreve casos em que a IA ouviu incorretamente termos jurídicos, como interpretar "moção contrária para compelir" como "moção do inferno". As taxas de erro podem exceder 30% para não nativos ou linguagem técnica, trazendo riscos de erros judiciais. A privacidade é outra questão, pois o processamento por IA pode expor dados sensíveis. Além disso, o livro branco da NCRA alerta para vieses em algoritmos de IA que podem prejudicar certos grupos.
Respostas regulatórias e perspectivas futuras
Para enfrentar esses desafios, novos regulamentos estão surgindo. A Conferência Judicial aprovou recentemente a Regra Federal de Evidência 707, exigindo que evidências geradas por IA atendam a padrões de confiabilidade semelhantes aos de testemunhos humanos, de acordo com a Nelson Mullins. Isso garante responsabilidade, mas especialistas recomendam modelos híbridos onde a IA auxilia revisores humanos. "O futuro está em combinar tecnologia com supervisão humana para manter a integridade," disse um analista de tecnologia jurídica. Enquanto os tribunais continuam testando, o foco está em refinar a IA para equilibrar inovação com justiça, o que pode reformar o cenário jurídico até 2030.