Marinha romena neutraliza drone ucraniano Sea Baby perdido
Em uma operação significativa de segurança marítima, a marinha romena destruiu um veículo de superfície não tripulado ucraniano 'Sea Baby' no Mar Negro. O incidente ocorreu na quarta-feira, 3 de dezembro de 2025, a cerca de 36 milhas náuticas (66 quilômetros) a leste da cidade portuária de Constanta. Autoridades de defesa romenas declararam que o drone representava um 'perigo para a navegação' e foi neutralizado por meio de uma explosão controlada por mergulhadores militares do 39º Centro de Mergulhadores.
Contexto: Guerra de drones em escalada no Mar Negro
O drone Sea Baby é um componente fundamental da estratégia de guerra marítima assimétrica da Ucrânia contra a Rússia. Desenvolvido pelo Serviço de Segurança da Ucrânia (SBU) após a invasão russa em 2022, este drone de 6 metros de comprimento pode transportar cargas explosivas de até 850 kg e tem um alcance operacional de pelo menos 1.000 km. De acordo com a Wikipedia, o Sea Baby foi usado em vários ataques de alto valor, incluindo ataques à Ponte da Crimeia e a navios de guerra russos.
A operação romena segue tensões crescentes após recentes ataques de drones ucranianos a petroleiros russos. Apenas alguns dias antes, em 28 de novembro de 2025, drones Sea Baby ucranianos atacaram dois petroleiros da frota fantasma russa - o Kairos e o Virat - ao largo da costa turca. A BBC relatou que esses ataques visavam a capacidade da Rússia de contornar as sanções ocidentais ao petróleo.
Resposta da Romênia e preocupações regionais de segurança
O porta-voz do Ministério da Defesa romeno, coronel Constantin Spinu, disse à Reuters: 'Nossas tropas identificaram um veículo de superfície não tripulado à deriva em águas internacionais, representando um perigo claro para o transporte marítimo comercial. De acordo com protocolos estabelecidos, realizamos uma detonação controlada para eliminar a ameaça.'
A Romênia, membro da OTAN desde 2004, monitora ativamente o Mar Negro desde a invasão russa da Ucrânia. O país tem experiência no manuseio de ameaças marítimas, com cerca de 150 minas navais neutralizadas nos últimos quatro anos. O Romania Insider relatou que o SBU ucraniano negou a propriedade do drone específico e afirmou que todos os drones Sea Baby operacionais foram responsabilizados.
Análise técnica do drone Sea Baby
O Sea Baby representa uma nova geração de tecnologia de guerra marítima. De acordo com a Defence UA, atualizações recentes incluem uma torre de metralhadora 7,62mm controlada remotamente, capacidades de foguetes de artilharia de 122mm e sistemas de lançamento de minas. O drone pode atingir velocidades de até 90 km/h e evoluiu de um simples barco kamikaze para uma plataforma multifuncional avançada.
A analista marítima Maria Petrova observou: 'O aparecimento do Sea Baby em águas romenas destaca o caráter imprevisível da guerra marítima moderna. Esses drones podem derivar centenas de quilômetros após completar missões ou sofrer problemas técnicos, criando novos desafios de segurança para estados costeiros.'
Implicações regionais e perspectivas futuras
O incidente ressalta a dinâmica de segurança complexa na região do Mar Negro. A Turquia, que controla o acesso ao Mediterrâneo pelo Estreito de Bósforo, expressou preocupação com ataques de drones dentro de sua Zona Econômica Exclusiva. O Cazaquistão também protestou contra ataques recentes, pois ameaçam o terminal do Caspian Pipeline Consortium em Novorossiysk, que processa 80% das exportações de petróleo bruto do Cazaquistão.
Como Naval News relatou, a Ucrânia parece estar testando a tolerância internacional para esses ataques enquanto tenta bloquear as exportações de petróleo russo. A Frota Russa do Mar Negro, que sofreu perdas significativas desde 2022 devido a ataques ucranianos, permanece amplamente confinada ao porto de Novorossiysk.
A operação romena mostra a crescente preocupação da OTAN com a segurança marítima no Mar Negro. Com o transporte marítimo comercial enfrentando riscos crescentes de drones à deriva, minas e destroços militares, a cooperação regional em segurança marítima tornou-se mais crucial do que nunca.